segunda-feira, 9 de maio de 2011

achei que no instante em que acontecesse eu perderia o rumo, o prumo. perderia o controle de mim e de tudo que eu faço, achei que tudo perderia a graça, que eu não conseguiria aguentar viver sentindo saudade, sentindo dor, e aquele velho nó na garganta. no começo não dava pra segurar lembrar, as lágrimas já se formavam nos olhos só pelo simples fato de lembrar daquele dia, com o tempo foi melhorando, ou pelo menos pareceu melhorar, a dor diminui um pouco e a saudade só fez aumentar, mas percebi que eu só guardei a dor, pra sentir mais tarde, evitei o máximo que eu pude tocar no assunto, até mesmo pensar sobre isso, mas sempre tem uma hora que a gente fica sozinha e o pensamento vai loooonge, as lembranças vem a tona como um soco na cara, e dóooooi. inicialmente eu não desandei, continuei firme e forte, mas me parece que aos poucos eu estou desandando, perdendo o rumo, mudando constantemente meu caminho, alternando entre o caminho do bem e o do mal, me questionando qual o melhor a seguir, mas não escolho, fico em cima do muro. e assim eu vou levando a vida, sem rumo, sem futuro vivendo do presente e de algumas poucas lembranças que se confundem com sonhos. me pergunto se ele me vê da onde ele está, se é que está em algum lugar, e o que ele acha do que ando fazendo, não que eu me orgulhe de mostrar esse lado 'sujo' pra ele, pra ele eu sempre fui a criança pura que ele criou, deu tanto amor e fez o possível e o impossível pra agradar, e eu como toda criança nunca estava contente, sempre queria mais. ah se eu pudesse voltar no tempo, eu aproveitaria mais de tudo que passou, saberia quando seria a hora do último abraço apertado, teria falado muito mais 'eu te amo'. me parece que o que me resta é tentar fazer minha vida dar certo, fazer o que ele sempre falou, até lembro da voz dele me falando: 'você tem que se formar, e fazer o que você gosta. pra não depender de ninguém'.
ai que saudade papaaaai sz
... e sabe a dor que eu guardei pra sentir mais tarde? as vezes eu tiro ela de dentro do potinho em que à guardei e aperto forte, sinto um pouco da dor e depois guardo ela novamente, é assim que eu tenho feito todos os dias desde que você se foi.