sábado, 9 de abril de 2011

' - Oi. É uma festa particular? Por que não me convida?
A luz do salão iluminou o rosto do rapaz à sua frente, que a olhava nos olhos sorrindo.
Isabel desviou o olhar e por um momento odiou aquele rapaz que vinha distraí-la em sua sentinela.
 - Eu sou Fernando, e você?
 - Eu? Sou a Ilusão.
 - É um nome estranho pra quem está sozinha. A ilusão nunca está sozinha.
 - Pode me chamar de cretina então. É meu apelido.
 - Cretino é aquele que crê em tudo que ouve. Você acredita em tudo?
 - Eu? Não. Só naquilo que me ilude.
 - Acreditaria se eu dissesse que é a garota mais linda da festa?
 - Não. Eu diria que você está me gozando. E o esbofetaria.
 - Seria uma nova esperiência ser esbofeteado por uma ilusão.
 - Ou por uma cretina...
 - Você tem resposta pra tudo, não é?
 - Não. Só pra quem tem pergunta pra tudo.
Isabel entornou rapidamente o resto do copo e o líquido escorreu quente, queimando tudo por onde passava.'
( A Marca de Uma Lágrima - Pedro Bandeira)